terça-feira, 27 de maio de 2014

Os caminhos do impresso


        Saudações colegas jornalistas, curiosos que adoram uma novidade. Ops! Antiguidades, pra falar a verdade. Hoje trouxe algumas relíquias do jornal impresso, são exemplares do jornal cearense O Povo dos anos 1928. Vamos observar algumas peculiaridades dos jornais da época, como o tipo de linguagem, escrita, layout e anúncios.
          Começa aqui a nossa viagem no tempo com uma manchete local, é claro - não podemos deixar de notar as características da linguagem formal e rígida da época, adotada por todos os meios de comunicação impressos. Veículos estes que tinham o interesse em atingir as massas, de forma que a grande maioria dos leitores entendessem.

         
   
             Abaixo do título da primeira reportagem, descrição que promove a própria matéria do jornal

    Quando vi as manchetes pela primeira vez o que mais chamou minha atenção foi a gramática, como na foto acima a palavra "victima" ou "syndicato". Será que naquela época eles já usavam  estrangeirismos? E o destaque para a maior reportagem "telegraphica" até hoje publicada no Ceará?

     A importância para tal destaque é que na época os telégrafos tinham acabado de ser implantados, modificando a fabricação do jornal: o que antes era manual, agora é industrial.
    Mas voltando para a escrita, fiquei encucada quando encontrei muitas outras palavras escritas de forma "estrangeirada". Vejamos mais alguns exemplos:


Officinas, com grafia diferente, e typographieo



                                                                   Hontem, com "H"



     Quase com "i" na manchete do jornal

      Os anúncios também eram comuns na época, e não vinham em um caderno específico, mas muitas vezes no meio dos textos jornalísticos, como na foto abaixo:




Anúncios de livros variados



         Os jornais também não tinham uma quantidade fixa de páginas e nem de valor, sendo necessário um anúncio nas capas com tais informações:



E essas palavras diferentes?

Meus Deus! O que aconteceu com a gramática desse povo? Seria um jornal escrito por um espanhol ou americano e fora mal traduzido? Não é nada disso! A verdade é que são palavras com grafia vigente em Portugal, antes da reforma ortográfica de 1911.
Agora vamos para um caminho de emoção e desafio, o layout das páginas que tornavam a leitura bastante cansativa pois não tinha padrão, mas graças as novas tecnologias foram aprimorando a estrutura das manchetes, colunas e fotografias. Vejam só como está página é confusa, com tantas fotos e anúncios perdidos no meio da matéria:


                 

                    Layout da página, com muitas informações e letras pequenas

       Apesar das diferenças encontradas em relação aos jornais atuais, foram esses impressos a base de tudo (ou quase tudo) o que conhecemos e vivenciamos hoje como jornalistas em formação. Foi graças aos nossos antepassados, que hoje as notícias são como são, e chegam até nós com o profissionalismo que o ofício exige. 

                                                                                                                                                         Khrisley Karlen

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